A helenização dos judeus

Muitos judeus foram seduzidos pela cultura grega, principalmente a classe alta, alinhando-se com as autoridades gregas e imitando seus caminhos. Chamados de helenistas, eles enviavam seus filhos para ginásios e revertiam sua circuncisão através de um procedimento doloroso chamado restauração prepucial.

Josefo, Antiguidades 12.5.1

“Menelau e os filhos de Tobias... desejavam deixar as leis de seu país e o modo de vida judaico... desejavam a permissão [de Antíoco Epifânio] para construir um ginásio em Jerusalém... também escondiam a circuncisão de seus genitais; para que, mesmo nus, parecessem gregos. Assim, eles deixaram de lado todos os costumes que pertenciam ao seu próprio país e imitaram as práticas de outras nações.”  

Uma nova fratura surgiu, a qual se tornaria um grande cisma religioso até o final do período do Segundo Templo. Dois estudantes, Zadoque e Bysos, defenderam uma nova forma de judaísmo sob influência grega. Os seguidores de Zadoque, chamados saduceus, rejeitaram a ideia do envolvimento de Deus nos assuntos do homem e negaram a imortalidade da alma do homem em desrespeito à recompensa e punição divinas. Isso ia de encontro aos judeus observadores tradicionais que seguiam os “perushim”, que eram fariseus ou rabinos que divulgavam a Torá e exortavam a nação a preservar a distinção do povo judeu de outras nações e religiões pagãs. Os saduceus desempenharam um papel fundamental na corrupção do sacerdócio, comprando a posição por meio de dinheiro e assassinato.